Além da mobilidade ativa: chega a vez da mobilidade extrema
Já conhecemos a mobilidade ativa, mas o que é Mobilidade Extrema e qual a sua relação com a conquista de um estilo de vida mais saudável e sustentável? Fique por aqui para saber mais sobre essa iniciativa que pode mudar a sua vida e a história das próximas gerações com um toque de adrenalina.
A mobilidade urbana sustentável é um assunto tanto do presente quanto do futuro. A discussão revolve em torno sobre como fazer com que a locomoção nos espaços urbanos seja cada vez mais confortável, prática, eficiente e, claro, de maneira a reduzir a emissão de gases poluentes e preservar os recursos naturais do planeta.
Para isso, uma série de medidas vêm sendo tomadas pelo poder público ao redor do mundo, traçando novos planos e metas para o transporte urbano sustentável. Por outro lado, embora esta seja uma prioridade para muitos governos, essas mudanças ainda podem ocorrer a passos lentos em alguns lugares.
A pergunta é, de que maneira a sociedade civil pode contribuir e fazer a sua parte, de maneira paliativa, garantindo que esse objetivo seja cumprido sem depender exclusivamente do poder público? A mobilidade ativa, por exemplo, já faz parte das medidas que a população pode tomar em prol desse objetivo, vamos saber mais sobre ela.
Entendendo a Mobilidade Ativa
Antes de falar sobre a Mobilidade Extrema, que é o grande foco aqui, precisamos entender sobre a sua origem. Um conceito similar já existe hoje e é chamado de Mobilidade Ativa. Esta trata especificamente das formas de transporte não-motorizadas, que estão ligadas, em sua maioria, à energia produzida pelo corpo humano.
Assim como a Mobilidade Extrema, a Mobilidade Ativa visa trazer benefícios para a saúde e para o meio ambiente, porém, sem aquele apelo aos amantes dos esportes radicais que também buscam, no dia-a-dia, uma dose de lazer e adrenalina ao se locomoverem para o trabalho, escola ou faculdade. Já deu para imaginar do que se trata, certo?
Além da Mobilidade Ativa: Mobilidade Extrema
Em uma conversa que tivemos por aqui na UniQ, falando justamente sobre mobilidade urbana sustentável e iniciativas de mobilidade ativa, surgiu o termo “Mobilidade Extrema”, alcunhado por Fernando Cesar, Especialista em Telemetria para Gestão de Frotas e Sistemas de Transporte Inteligente (Intelligent Transportation Systems – ITS). O expert define o termo como: “A prática de atividades outdoor que servem tanto como esporte radical quanto meio de locomoção como, por exemplo, skateboarding, ciclismo, patinação sobre rodas e outros.
Basta uma reflexão mais minuciosa do conceito para perceber que a Mobilidade Extrema engloba muito mais do que a prática de esportes radicais como lazer e a locomoção urbana, mas também promove um estilo de vida mais saudável e impulsiona a sustentabilidade nas cidades.
Mobilidade Ativa, Extrema e Sustentabilidade
Apostando cada vez mais em meios de transporte “extremos” como o skate, a bike e o patins, ou mesmo optando por corridas de aventura e trekking, em áreas menos centrais, é uma forma paliativa, porém, bastante efetiva de contribuir para uma sociedade mais sustentável. Aqui é possível observar a ampliação da gama de possibilidades de meios de transporte se comparada às opções praticadas com a mobilidade ativa.
Isso porque, quanto mais pessoas optam por se locomover de maneira alternativa, como no caso da Mobilidade Extrema, menor é o número de veículos que emitem gases poluentes circulando pelas cidades.
Além disso, os veículos movidos a energia não-renovável ainda são maioria em todo o planeta. Portanto, juntar esforços para trocar o carro pelo skate, por exemplo, ajuda a diminuir a circulação destes veículos, auxiliando a preservação dos recursos naturais da Terra.
Mobilidade Extrema e Skateboarding
Rafael Dambroso, Analista de Implantação da UniQ, pratica o skateboarding desde os 14 anos e conta como é que o aparato é importante, não apenas por levá-lo aonde quer e praticar manobras, mas também por lhe mostrar novos lugares: “Quando vim morar em São Paulo, o skate foi bacana para poder conhecer a cidade: Vale do Anhangabaú, Praça Roosevelt, Marquise do Ibirapuera e Minhocão, nos fins de semana, foram todas descobertas feitas com o skate”.
O skatista explica que adora o esporte porque a prática sempre esteve presente em sua vida: “Me acompanhava em todos os lugares, eu ia para a escola, cursos, me encontrava com os amigos e saímos para rodar pela cidade atrás de pistas e praças para fazer manobras”, relembra ele.
E Rafael não é o único fã do skate em sua casa, não! Ele tem um filho, Dudu, de 16 anos, que também pratica skateboarding desde cedo. Pai e filho treinam juntos sempre que podem.
“O Dudu começou brincando com o meu skate, com o tempo montamos um para ele, foi meio que natural. Ele ainda mora no interior do Paraná e anda por lá com os amigos dele, fazendo o mesmo que eu fazia quando tinha a idade dele, eles vivem cruzando a cidade atrás de um lugar bacana para curtir o skate”, destaca Dambroso.
Vantagens de praticar esportes radicais
Falando em skate, você sabia que o esporte exercita diferentes partes do corpo? Pois é, a prática ajuda a definir e aumentar tanto os músculos das pernas quanto dos glúteos. Além disso, também fortalece as articulações.
E não para por aí, tanto o skateboarding, quanto outros esportes radicais que podem ser praticados na Mobilidade Extrema (como o trekking e as corridas de aventura), ajudam no emagrecimento e aprimoram a resistência física.
Rafael Dambroso, por exemplo, assegura que a prática do esporte radical trouxe diversos benefícios para ele, tanto para o corpo, quanto para a mente: “Skate é um esporte bem completo, que movimenta o corpo todo e exige bastante nesse sentido. Além dessa questão física, ainda ajuda a relaxar depois de uma semana de trabalho, te leva a lugares bacanas e proporciona fazer amizades. O pessoal do skate costuma ser muito receptivo.”
É importante lembrar que qualquer atividade física, mesmo as mais leves, como as praticadas com a Mobilidade Ativa, são muito benéficas para a saúde.
Como começar a andar de skate
Você sempre quis andar de skate, mas nunca teve coragem de começar? Rafael deixa algumas dicas que podem ajudar a perder o medo de encarar o esporte.
“Lembre-se de persistir, respeite sempre os seus limites e os limites do seu corpo. A evolução vem com o tempo”, aconselha o skatista.
Para os que têm receio de usar o skate como meio de transporte na cidade, Dambroso ainda conta alguns truques: “É importante não esquecer de usar os equipamentos de proteção, começar sempre em locais fechados e de preferência com alguém que já tenha um pouco experiência para auxiliar nos primeiros momentos”, alerta.
Ele também pontua que, quando você estiver sentindo mais segurança ao andar de skate, é legal ir aos parques e ruas fechadas para “pegar o jeito de andar no meio do movimento e dos obstáculos que as vias da cidade têm” e finaliza: “com o tempo vai ficando natural andar nas ruas, dividir o espaço com pessoas e outros meios de locomoção.”
Se você não tem o costume de praticar esportes e tem medo de “se jogar” no skate, que tal começar com atividades comuns na Mobilidade Ativa, como caminhada, corrida ou bicicleta e depois partir para outros modais?
Mantendo a segurança ao praticar esportes radicais no espaço urbano
Aproveitando o gancho que o Rafael trouxe, a respeito dos métodos de segurança que devem ser adotados ao andar de skate, é muito importante destacar que os esportes radicais precisam ser praticados com muito cuidado. Cada um deles tem seus próprios protocolos e regras, por isso é essencial pesquisar para saber quais são essas antes de se aventurar.
Não é preciso nem dizer que, ao praticar esses tipos de esporte na cidade, o cuidado deve ser redobrado, para que você não se machuque e também não machuque os outros. Tanto o skate, quanto a bike ou o patins são meios de transporte e devem ser tratados com a mesma seriedade com que se trataria qualquer outro. Sendo assim, use sempre todos os acessórios de segurança e sinalização necessários, e se informe sobre as regras de trânsito.
Apesar de não envolver um meio de transporte, as corridas de aventura são consideradas como esporte extremo. Por isso, esteja preparado (a) para as adversidades e respeite as outras pessoas no espaço urbano. Além disso, não esqueça de seguir todos os protocolos de proteção, usando os materiais adequados, conforme já mencionamos.
No caso do trekking, tente praticar em locais que você conheça e que sejam seguros. Dê preferência a treinar sempre com alguma companhia e, caso esteja sozinho (a), faça questão de deixar avisado com amigos ou colegas onde você estará percorrendo/treinando e em qual horário do dia.
Gostou de saber como a Mobilidade Ativa e Extrema influenciam na nossa saúde e no meio ambiente? Que tal começar a colocá-las em prática? Veja também “Cidades Inteligentes no Brasil e o papel da mobilidade” que trata a sustentabilidade na mobilidade urbana e nos siga nas nossas redes sociais.